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Tokenização e DeFi impulsionam inovações em mercado de R$ 1 trilhão

A nova era das finanças está chegando com força total, e a BRX Finance está na vanguarda dessa transformação com o que chamam de “FIDC 3.0”. Essa proposta promete modernizar os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), utilizando a tecnologia da tokenização de ativos reais. Isso significa que o acesso ao crédito vai ficar muito mais rápido e sem tantas barreiras.

Basicamente, o FIDC 3.0 combina a automação e a eficiência dos protocolos de finanças descentralizadas com contratos inteligentes. O objetivo é conectar o tradicional mercado de crédito à nova economia digital, de forma mais acessível e transparente. Esse movimento pode mudar o jogo, especialmente para as pequenas e médias empresas que frequentemente enfrentam dificuldades em obter crédito.

Os FIDCs ajudam as empresas a captar recursos usando direitos creditórios, como duplicatas ou faturas a receber. Para os investidores, a proposta é atraente porque oferece oportunidades de diversificação com retornos potencialmente mais altos do que as aplicações tradicionais de renda fixa. Dados da Anbima mostram que o patrimônio líquido dos FIDCs cresceu significativamente, chegando perto dos R$ 700 bilhões em 2022. Se essa tendência continuar, a expectativa é que esses fundos alcancem R$ 1 trilhão em 2028.

Entretanto, os FIDCs tradicionais podem ser complicados para pequenas empresas, devido à burocracia e aos altos custos. Estruturar um fundo normalmente leva de seis a doze meses, e liberar recursos para o cliente final pode demorar ainda mais. É aqui que o FIDC 3.0 se destaca.

João Zecchin, da BRX Finance, explica que o objetivo é resolver essas ineficiências. “O FIDC tradicional é lento e cheio de intermediários. O FIDC 3.0 resolve isso com tecnologia, garantindo transparência e reduzindo custos de forma drástica”, afirma ele.

FIDC 3.0 elimina intermediários

O FIDC 3.0 vai além das promessas de modernização. Ele demonstra como a descentralização e a automação podem criar um sistema financeiro mais acessível e eficiente. Um FIDC tradicional exige um investimento inicial de R$ 30 milhões e geraria altos custos operacionais. Já o FIDC 3.0 não precisa de investimento prévio e seu modelo de remuneração está alinhado com o fluxo de negócios.

Essa nova abordagem permite que a securitizadora administre o capital com mais agilidade. Com a tokenização, cada direito creditório se transforma em um ativo digital único, fácil de rastrear e negociar. Isso elimina dificuldades como o uso de planilhas, tornando o processo mais transparente e auditável.

Os contratos inteligentes também têm um papel fundamental, automatizando diversos processos, como cálculos e pagamentos. Zecchin destaca que essa automação reduz os riscos operacionais e acelera o fluxo de recursos. Com o FIDC 3.0, o tempo de implementação é reduzido de meses para apenas semanas, e a liberação de créditos pode ocorrer em cerca de 20 minutos.

Para empresas que faturam entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão, os custos do crédito podem cair quase 60%. Na prática, isso significa que a taxa paga pela empresa pode ser reduzida de 12% para apenas 5% acima da taxa básica. Grandes nomes como Mercado Livre e Vivo já começam a optar por esses fundos em vez de bancos, visando economizar nas taxas de financiamento.

Para os investidores, os FIDCs oferecem uma rentabilidade que muitas vezes supera a dos fundos de renda fixa, entre 2% a 8% mais o CDI. E ainda, esses fundos são isentos do “come-cotas”, o que torna a oferta ainda mais atraente.

Conformidade regulatória e o futuro da tokenização no Brasil

João Zecchin ressalta que o FIDC 3.0 segue todas as normas regulatórias, baseado no Certificado de Recebíveis, um instrumento já regulado pelo Banco Central. “No nosso modelo, o CR é tokenizado e gerido por smart contracts, funcionando como um FIDC tradicional, mas com a transparência da tecnologia blockchain”, explica.

Ele acredita que essa evolução mostra que a tokenização no Brasil está em crescimento, mesmo com o Banco Central reavaliando o desenvolvimento da CBDC nacional, chamada Drex. “A pausa no projeto do Drex não impede a tokenização de ativos reais e reafirma a importância da inovação que vem da iniciativa privada”, complementa Zecchin. Especialistas acreditam que essa pausa pode até acelerar a taxa de tokenização de frações de ativos no país, ampliando ainda mais as possibilidades de financiamento digital.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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